A Princesa Isabel: Guarda Negra usava violência para defender a monarquia "libertadora"
Nesta segunda-feira, 10 de maio , alunos de História e Geografia da unidade de Educação Superior de Taguatinga vão acompanhar a palestra "A Guarda Negra: a Redemptora e o ocaso do Império". A palestra é uma realização da Escola de Formação de Professores e será ministrada pelo professor Augusto Mattos a partir das 19h30 no auditório do complexo educacional de Taguatinga. Na palestra Mattos vai apresentar e discutir o contexto histórico do Isabelismo, o movimento de apoio à princesa Isabel deflagrado logo após a abolição da escravatura em 1888, quando parte dos grupos negros engajou-se na defesa do isabelismo, espécie de culto à Princesa Isabel que era por eles intitulada "Redentora", como se a abolição houvesse sido um "ato de bondade pessoal" da regente. Um dos mais fervorosos adeptos deste pensamento foi o poesta, jornalista e romancista José do Patrocínio, que procurou mobilizar ex-escravos para a defesa da monarquia, ameaçada pelo crescimento dos grupos que pretendiam implantar a república no Brasil. Este movimento culminou na constituição da Guarda Negra, espécie de "tropa de choque" que tinha a finalidade de dissolver comícios republicanos pelo uso da força. Porta-voz da monarquia em tempos republicanos, Patrocínio era um "isabelista" efoi acusado de estimular a formação da "Guarda Negra".Em 1889, aderiu ao movimento republicano: tarde demais para agradar aos adeptos do novo regime, mas ainda em tempo para ser abandonado pelos ex-aliados. Em 1832, depois de atacar o marechal Floriano, Patrocínio foi exilado na Amazônia.
Para a professora Juliana Bonfim, diretora da Escola de Formação de Professores, palestras como a que será proferida hoje, "mais do que lembrar uma data histórica, tem a missão de contextualizar os acontecimentos e oferecer uma visão crítica da época".